O pico já passou?
Investimento desacelera, mas ainda cresce mais que consumo
Como pressão altista individual, os 4,1% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ainda constituem a maior taxa de crescimento e contribuem positivamente com 0,7% para o crescimento do PIB, atrás da contribuição de 1,1% do Consumo das Famílias, que cresceu 1,8% neste segundo trimestre, sempre na comparação com igual período do ano anterior. O pico recente de crescimento, de 10,8% da FBCF e de 5,5% do Consumo, entretanto, ocorreu no terceiro trimestre do ano passado, sendo que desde o segundo trimestre de 2024 o Investimento vem crescendo mais do que o Consumo.
A taxa de crescimento das importações (4,4%) não por acaso se desacelerou junto, contribuindo negativamente com 0,7%. O consumo do Governo e as Exportações contribuíram positivamente, respectivamente, com 0,1% e 0,4%, com os 0,7% restantes para completar os 2,2% de crescimento do PIB provenientes de uma variação positiva de estoques.
Do ponto de vista da divisão entre atividades econômicas, a maior taxa de crescimento real foi da Agropecuária (10,1%), seguida da Indústria Extrativa (8,7%), de Informação e Comunicação (6,4%) e das Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,8%). A maior queda foi nos serviços de utilidade pública (eletricidade, gás, água…), com 4,0%. Refletindo-se no Valor Adicionado acumulado em quatro trimestres, contudo, mudanças significativas se concentram nessas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que ganharam 0,3 p.p de participação, e na Agropecuária e Indústria de Transformação, com a primeira ganhando 0,2 p.p. e a segunda perdendo os mesmos 0,2 p.p. Desse modo, o quadro para a desigualdade seria de estabilidade para a leve baixa calculada nos últimos nove trimestres, cuja tendência está sendo acirrada pela queda na taxa de desocupação — a conferir o que ocorrerá no mercado de trabalho até o final do ano.


